contando histórias

era só a noite, solitária,

contando histórias,

revelando o que guardava a memória,

contando as horas,

lembrando sentimentos

que não foram embora...

nando celso

silêncio da noite

noite que passa
e se cala.
silencia  em horas mornas
que passam lentas, solitárias,
e não dizem nada...



nando celso

outras chuvas

chuva se foi? talvez!

se foi logo ela volta e traz,

as mesmas lembranças do que passou,

das chuvas que não voltaram mais...

nando celso

chovia

chovia

no momento

que a noite beijava o dia...

nando celso

chuva

a chuva da noite caia, 
insistia dia após dia 
em voltar e molhar 
a janela fechada, 
embaçada, 
onde escrevia e olhava 
a chuva que insistia, 
e caia. 

nando celso

noite de inverno

solstício de inverno.
lua cheia passeia
num jardim de estrelas.
clareia a noite.
centelhas...
fogo de lareira,
beijos e abraços,
incendeia...


nando celso

beijo na chuva

era um beijo molhado,
molhado de chuva,
chuva que molhava,
a pele nua



nando celso

distante

esta saudade
de alguém que tão perto
se encontra distante,
dos beijos que desejo
ao ver seu semblante,
do abraço que faz falta
a todo instante.

nando celso

meia lua

vejo a lua pela metade,

um sentimento me invade,

saudade da outra parte...

nando celso

sono de outono

chuva de fim de outono,

deixando a tarde assim,

com sono...

nando celso

garoa

garoa fina que chega com a noite fria,

olhando daqui até parece neblina,

esconde da noite as estrelas, a lua,

melancolia...

nando celso

espinho

e aquelas rosas
cultivadas e entregues 
com tanto carinho,
secaram,
sobraram espinhos...

nando celso

sinfonia

ouvindo o céu 

e sua sinfonia de tons e cores,

observando do jardim 

entre o silêncio das flores.

melodia que inspira 

beijos em harmonia

e lentamente 

as cortinas se fecham,

e em sol maior 

se vai o maestro...

nando celso

pouco

quando um corpo 

aquece outro,

sobram abraços,

sobram beijos

que transbordam dos lábios,

escorrem pelo pescoço,

e nestas horas

tudo é tão pouco...

nando celso

silêncio

silêncio da noite,

gritando com tantas vozes,

tantos nomes,

gritando palavras

que só o coração ouve.

nando celso

boa noite

boa noite aos noturnos.
às criaturas soturnas
que se embriagam
de luz da lua,
aos seres solitários
que vagam
de rua em rua...



nando celso

estrelas

vi poesia no céu,
cada estrela uma letra
palavra, constelação...

olhando este céu de outono.

quantas estrelas!

me imagino navegando,

me encontrando

nas ondas do seu corpo...

nando celso

um beijo

um beijo,  

que me deixe louco

um único beijo,

demorado, gostoso

que comece na boca 

e se espalhe pelo corpo

nando celso

se eu esquecer...

e se eu esquecer,

não haverá motivos para escrever,

não haverá motivos

para lembrar que foi bom viver...

nando celso

estrela solitária

na noite cinza,
uma nuvem parou para olhar,
uma estrela solitária que insistia em brilhar.

nando celso