ainda procuro uma palavra que esqueci, palavra que exprime algo que eu senti, um verbete qualquer que perdi ali, ou aqui, procuro uma palavra que nunca mais vi ou li, um substantivo que um dia escondi, em mim.
já tentei fugir de minha sina, tentei esquecer as palavras, tentei esquecer como se faz rima, abdiquei de toda forma de verso, toda forma de prosa ou poesia, tentei calar as vozes, as histórias, o cotidiano de todo dia, tentei ficar em silêncio, mas para meu tormento, meu silêncio era poesia...
e se a noite falasse sobre a noite passada, falaria de beijos, desejos, corpos se amando na madrugada. contaria então nossos segredos, falaria de amor, e mais nada...
por um instante abdico da razão, me liberto de todo pensamento vão, esqueço definitivamente quem sou, me entrego sem pudor à paixão, tentando entender de coisas do coração.