silêncio

silêncio noturno que grita.
um grito que não se ouve,
como se fosse melodia
que leva pra longe,
ou quem sabe harmonia
que se esconde.
faz lembrar o momento,
ouvir vozes,
minha sinfonia em silêncio,
sem tom, sem nota, sem clave...



 nando celso

palavra...

esta palavra muda,

sem som,

que ressoa calada,

sem tom.

palavra que devia

ser sempre plural,

palavra que já não escrevo,

ponto final...

nando celso

despertar

madrugada que acorda com beijo,

despertando os sonhos, fantasias,

quebrando o silêncio,

corpos colados,

amanhecendo...

nando celso

corpo

este corpo sedento,

exalando desejo,

querendo mais que os beijos

que ofereço,

querendo o corpo inteiro,

querendo saciar

as vontades que temos...

nando celso

vento

vento que assopra,

sussurra palavras,

conta histórias.

vento que passa,

vindo de longe,

trazendo memórias.

vento que fala,

vira poesia,

e vai embora...

nando celso

vultos no escuro

o quarto escuro em silêncio,
apresentando vultos
que dançam com o vento,
lembranças que cantam
melodias esquecidas no tempo...



nando celso

deixa

deixa ser, estar,
deixa o tempo parar,
deixa a boca calar e beijar,
deixa o corpo brincar de amar...



nando celso

escrevo...

escrevo para guardar o momento,

para lembrar de um beijo.

para descrever todo sentimento,

tudo aquilo que vejo.

escrevo o que me conta o vento,

escrevo porque desejo...

nando celso

tudo

e o que inspira?

sonhos, fantasia.

uma lembrança,

a saudade que é só minha.

sorriso de criança.

coisas da vida.

alegrias, tristezas.

tudo vira rima...

nando celso

noite que inspira

Noite quase vazia sorria,
Contava histórias
Que não se conta de dia.
Falava de coisas da vida.
Lembrava o que não devia.
A lua, encabulada, se escondia.
E passava a noite, silenciosa,
Inspirando poesia...

Nando Celso

e onde está?

minha poesia sumiu, fugiu!
correu para onde ninguém viu.
e a rima se escondeu, se perdeu!
e ninguém leu...

nando celso

...

poesia tem essa coisa

de dizer algo que não devia,

de entender o contrário

do que o poeta escrevia...

nando celso

noite

paz noturna,

silêncio de estrelas,

retrato de lua.




nando celso

poesia

a palavra encontrou o sujeito,

e num presente de muitos predicados

rimaram beijos,

entre os adjetivos floridos

fizeram verso.

nando celso

beijos e beijos

e mais uma vez

minha poesia lembrou um beijo,

beijo longo,

tão grande que a boca era pouco,

e o beijo se espalhava no corpo....

nando celso

rosa

e chega o momento que a rosa seca,

e cai pétala por pétala,

sobram espinhos.

momento de arrancar a rosa,

e esperar ela voltar, florindo...

nando celso

chuva